No universo da cartomancia cigana, a prática de consultar as cartas transcende simplesmente o ato de embaralhar e revelar símbolos. É uma jornada mágica que se inicia com a escolha cuidadosa dos materiais de suporte, que desempenham um papel vital na condução dessa arte ancestral.
Diferentemente de muitos métodos divinatórios, as cartas ciganas desdobram-se sobre um Campo, um elemento sagrado muitas vezes representado por uma toalha específica. Essa peça, que pode ser adquirida ou habilmente confeccionada, é mais do que um suporte físico; ela é um portal simbólico para o mundo em constante transformação. A cor e o tipo de tecido são escolhas pessoais, permitindo que cada praticante infunda sua energia única no espaço ritualístico.
Ao desvendar a toalha sobre a mesa, esse gesto aparentemente simples transcende o mundano, tornando-se uma prática mágica e ritualística. Este ato, por si só, se transforma em uma meditação silenciosa, proporcionando um mergulho profundo no reino espiritual que as cartas ciganas habitam.
Recomenda-se, ainda, a aquisição ou confecção de um pequeno lenço ou saquinho, preferencialmente na cor que ressoa com suas preferências pessoais. Esse acessório, muitas vezes subestimado, desempenha um papel significativo na preservação da energia das cartas. Quando não estão em uso, as cartas podem ser cuidadosamente guardadas neste receptáculo, garantindo que permaneçam imbuídas da essência do praticante até o próximo encontro com o Campo.
Em suma, a escolha e preparação dos materiais de suporte na cartomancia cigana não são meramente práticas logísticas, mas sim rituais intencionais que amplificam a conexão entre o praticante e as forças divinas que as cartas representam. Cada toalha desdobrada, cada lenço escolhido, são elos entre o visível e o invisível, construindo uma ponte entre o praticante e as verdades cósmicas que as cartas ciganas têm a revelar.
Bibliografia
Spacassassi, Geraldo. Baralho Petit Lenormand: Teoria e Prática.
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